Crônicas
de um tempo bom.
Arrancava suspiros
alheios,
Admirava mãos
alheias,
Derretendo o ouro que
circulava os dedos nus,
que outrora me
causava inveja.
Vestia minhas mãos
com algo similar,
reduzindo minha
vontade,
Diminuindo o caminho
pra encontrar minha felicidade.
Cada rosto que
cruzava meu olhar,
mantia acesa minha
esperança,
Cada perna lisa, Bumbum
empinado, Seios Duros,
Faziam-me viajar num futuro bem próximo,
Imaginava-me
passeando por tanta perfeição criada
Só pra que fosse
admirada e cortejada por mim.
A cada vestido curto,
A cada falta de
elegância nos olhares vindo em minha direção,
Causava-me uma
elevação interior.
Passava horas me
arrumando,
Por minutos de banho
demorado,
Por minutos de loções
pós-banho,
Por minutos de gel em
meus cabelos,
Por minutos em
escolher a melhor roupa,
Por minutos em criar
coragem em pegar meu telefone,
Por minutos em criar
coragem e te chamar pra sair,
Enfim por minutos em
ligar minha moto,
Por minutos em ficar
cortejando a ideia de tamanha loucura.
O rumo que tomei
talvez não me aproximasse da felicidade,
Mas fizestes com a
agonia em ficar admirando-a
A cada dia mais e
mais, permanecesse acesa
A cada vestido curto
que colocava
Quando fazia questão
de passar no estreito que circulava sua casa
No horário não planejado,
Meu coração não tinha
outro destino.
Por horas de cartas
escritas pra que enxergue meu amor por ti,
Por minutos de linhas
que voltava uma a uma,
Por minutos de
lembranças de coisas que poderiam agradá-la,
Por minutos lembrando-me
das rosas
Que poderiam jogar na
porta de sua casa,
Alegrando um pouco
mais seu começo de dia,
Por minutos lembrando-me
dos filhos que poderíamos ter,
Por minutos lembrando-me
das musicas que ouvi falando de você,
Por minutos lembrando-me
das viagens fotografadas
Em momentos que ainda
viriam com toda força em minha memória,
Enfim por minutos de
bobeira rasgando tudo
Que expressava minha ignorância
por saber
Que não tenho
dinheiro pra sustentar seu vicio...
Marcos Malta