Batom maldito
Deixou um pedaço de papel
sujo de batom,
escrito no canto esquerdo
pra que eu não a procurasse mais,
que a partir daquele momento
minha cama encolheria,
meu suor não apareceria mais,
minhas noites seriam mais longas,
que encontraria a paz em outra boca,
que encontraria no sorriso alheio,
outra vontade de fazer
minha cama crescer novamente.
Desliguei-me do mundo,
chorei por dias,
insultei ao pai
a dor que sentia no momento.
E com raiva rasguei aquele papel,
sujo de batom vermelho sangue...
Dias depois,
num singelo plebiscito,
Pudia escolher um Prefeito,
ou um Vereador,
acabei escolhendo não me privar do amor.
Amor este que me lembra toda a noite,
que o defeito não está em mim,
e sim no desejo de alguém
buscar a perfeição,
em um mero papel com
um desenho lindo de uma Arara,
que acabei jogando fora
comprando aquele Batom Maldito...
Marcos Malta
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
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