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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Batom Maldito

Batom maldito

Deixou um pedaço de papel
sujo de batom,
escrito no canto esquerdo

pra que eu não a procurasse mais,
que a partir daquele momento 

minha cama encolheria,
meu suor não apareceria mais,
minhas noites seriam mais longas,
que encontraria  a paz em outra boca,
que encontraria no sorriso alheio,
outra vontade de fazer 

minha cama crescer novamente.
Desliguei-me do mundo,
chorei por dias,
insultei ao pai 

a dor que sentia no momento.
E com raiva rasguei aquele papel,
sujo de batom vermelho sangue...

Dias depois,
num singelo plebiscito,
Pudia escolher um Prefeito, 

ou um Vereador,
acabei escolhendo não me privar do amor.

Amor este que me lembra toda a noite,
que o defeito não está em mim,
e sim no desejo de alguém 

buscar a perfeição,
em um mero papel com 

um desenho lindo de uma Arara,
que acabei jogando fora 

comprando aquele Batom Maldito...

Marcos Malta

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